quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Still night, still light

Às vezes as luzes apagam-se e a vida desprende-se da pele sem cortesia. Fecha-se o capítulo de uma história inacabada que um momento atrás parecia verter sem fim. Os Homens também murcham, e as flores, que antes nos contemplavam, assombrosamente viçosas, também tombam. Demasiadas vezes! E quando a noite assalta o espírito... o ar torna-se pesado e entranha-se, revolve-nos e desejamos ficar por ali, perdidos no vazio de uma penumbra onde se esconde o ego malicioso. Para muitos é o fim da história. Falta-lhes a coragem de reconhecer a imperfeição da vida e por ela desejar viver, sem ajuste de contas, sem remorsos, sem um olhar vazio, sem vingança, sem o ego ferido, esse mesmo, que antes nos trazia num colo doce e nos abandona assim num sujo e frio vão de escada. Mas para os amorosos existe sempre uma luz que não se extingue, um acreditar que se ri das "verdades", uma vontade de sonhar que trespassa o momento... para eles existe o possível e o impossível. Só assim se pode verdadeiramente amar!

Dedico este post à Rita, à sua vida, ao seu exemplo, ao seu amor genuino e à coragem de saber viver e lutar sem nunca desistir ou virar a cara... still night, still light!

sábado, 1 de agosto de 2009

Bloody Mary

Aproxima-te!
Abraça-me no silêncio despojado de vestes,
Delicia-te nas gotas do meu amargo sangue,
Pequeno voraz.
Não digas nada,
Adoro-te no meu desejo e no entanto…
Esmagar-te-ia com tantas delicadezas e absurdas alucinações,
Pequeno voraz.
Sente!
Transpira no meu sangue quente,
Acolhe-o,
Sim, saboreia-o,
Pequeno voraz.
Ergue-te nestes momentos de viagem e depois…
Corre,
Foge desabrido e leva as memórias,
Limpa-te e guarda em ti esse sangue meu.