sexta-feira, 3 de julho de 2009

Osmose

Não preciso que me digas a forma do teu rosto e me recontes os segredos, os santos e os pecadores; não preciso sequer que sorrias, nem que me aceites, nem que me aproves no teu olhar. Não preciso de tréguas, nem de guerra, nem de paz, nem de nenhum qualquer pensamento altivo ou derrotado. Não preciso da marca de um sabor passado. Não preciso dos lábios, da pele, da carne, de me sentir entranhado. Não preciso de uma explicação, uma palavra, um sopro de vento quente, doce no meu sentir. Deixei-me ir e retenho em mim cada partícula do que pude saborear.

2 comentários:

  1. Que BOM Miguel! A imagem e o texto...
    Levou-me a visitar o momento em que finalmente me deixei ir e que belo sentir...
    Ficou gravado na pele.

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  2. Obrigado Mónica por partilhares abertamente uma imagem da tua experiência pessoal.

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