sábado, 12 de fevereiro de 2011

A dois


A pé e de coração leve
Eu enveredo pela estrada aberta,
Saudável, livre, o mundo á minha frente,
À minha frente o longo atalho pardo
levando-me aonde eu queira.
Daqui em diante não peço mais boa-sorte,
Boa-sorte sou eu.
Daqui em diante não lamento mais,
Não transfiro, não careço de nada;
Nada de queixas atrás das portas,
De bibliotecas, de tristonhas críticas;
Forte e contente vou eu
Pela estrada aberta.
A terra é quanto basta:
Eu não quero as constelações mais perto
Nem um pouquinho, sei que se acham muito bem
Onde se acham, sei que são suficientes
Para os que estão em relação com elas.
(Carrego ainda aqui
Os meus antigos fardos de delícias,
Carrego – mulheres e homens –
Carrego-os comigo por onde eu vou,
Confesso que é impossível para mim
Ficar sem eles: deles estou recheado
E em troca eu os recheio.)

Para a Rita, a principal responsável do meu acreditar na vida e no amor.

1 comentário:

  1. Uauhhhh! Muito bonita....que luz..parabéns Miguel
    Que simplicidade tão bem conseguida

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