
sábado, 30 de maio de 2009
Pegadas

Tu
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Agora

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Cavalo
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Viver no "Texas"
Umas outras tantas vezes interrogam-me sobre as principais diferenças. Há muitas, mas a que me assalta aqui, de repente, é o número de dias que podemos admirar um pôr de Sol ao longo do ano. Porventura não há imagem mais banal, de tão habituados estarem os nossos olhos, de tão acostumados estarmos a esvaziar o que nos é dado e tomamos como adquirido, e no entanto jamais deixará de ser bela.
Viver no "Texas", para alguém que vira as costas ao flirt da cidade, é um processo de aprendisagem. Não se esvazia nas palavras. Ter o privilégio de poder optar, como eu tive, ensina-nos que cada espaço tem um sentir próprio, uma medida, uma razão que o conduz... não há mal nem bem... há sobretudo a cor do nosso olhar sobre aquela vida, sobre a nossa vida, e as razões que queremos ter para ali viver.
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junto a Porto Côvo,
Ribeira da Azenha
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Red
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Feira das Brunheiras
Um pastor na outra margem
Um olhar assim, capaz de destapar uma alma, deixa-nos despidos de palavras. Aconteceu-me. Cruzei-me com o pastor num dia de céu duvidoso, numa destas estradas recortadas do Alentejo a que muitos chamam perdido, mas que a mim me parece apenas escondido dos olhares mundanos. Tranquilo, sereno, discreto nos seus vales e curvas suaves, com uma paisagem linda e de lindas árvores, arbustos, flores de múltiplos tons e cores e cheiros e cheiros e cores e tons... e eu a passar de carro, brando, e ele ali, sentado junto à berma num ermo sombrio, sossegado. O carro seguia e os meus olhos permaneciam naquela imagem que se desprendia da paisagem. Travei, o carro e o tempo, para me juntar ao seu olhar cheio de um mundo denso que naquele momento se tornou meu.
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Relíquias
segunda-feira, 11 de maio de 2009
O Mundo a Cores

“Houve um tempo em que as pessoas costumavam pintar as coisas que podiam ser vistas na Terra, as coisas para onde gostavam de olhar e que gostariam de ter visto. Agora, tornamos aparente a realidade das coisas visíveis e, ao fazê-lo, expressamos a crença de que, em relação ao mundo como um todo, a parte visível é apenas um exemplo isolado e que outras verdades se encontram latentes na maioria das coisas.”
Paul Klee
A capacidade de admirar para além do que se nos apresenta como real faz-me questionar sobre as dimensões que nos rodeiam. É claro, é evidente, é visível... por si só estes factos bastam, dirá uma maioria... e no entanto amamos sem atingir o porquê e continuamente olhamos e olhamos e olhamos sem nos encontramos de verdade com o que está para lá do visível. Porventura sem sequer nos questionarmos. Porventura sem permitirmos uma brecha. Porventura assumindo uma certeza ausente de uma experiência que foi negada. Mas o mundo é felizmente um mundo a cores, com tantas como as incertezas que carregamos... e sentir isso na pele... vibrar quando somos arrebatados por um olhar que trespassa a finitude do corpo... é tudo!
... Há quem veja de olhos fechados... O senhor Nobre estava ali sentado num profundo silêncio, com o olhar virado para dentro e uma expressão ausente de considerações. Discreto, como o tempo que passa sem aviso. Os olhos cerrados davam a entender uma conversa interior. Estava ali, e aquele ali devia trazer consigo um sabor quente e tranquilo.
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Ferryboat,
Praia das Furnas
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Viagem
“No fim de contas, todo o movimento da vida humana é afectado pela forma e pela cor; tudo o que vemos, tocamos, pensamos e sentimos está a ele ligado, de modo que sempre que um artista pode usar estes elementos de maneira livre e criativa, ele pode exercer uma influência tremendamente poderosa na nossa vida.”
Ben Nicholson
António Alçada Baptista
“Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao Sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os meus pés –
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma…”
Alberto Caeiro
Quando poiso o meu olhar e leio com doçura a vida, sinto que o desafio da nossa Viagem passa por tudo isto, pela forma e pela cor, pela liberdade, pela liberdade criativa, pela procura de uma verdade que nunca saberemos ao certo se existe, por existirem entre nós demasiadas verdades, pelo assumir com coragem a verdade que é a nossa, pelo eu que não muda mas se transforma, pelos meus e teus ouvidos atentos, pelo passado, pelo presente e pelo futuro... pelo assumir com uma clara simplicidade a alma de um viajante.
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Meco,
Ponte de Vila Nova de Milfontes
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