segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Mundo a Cores



“Houve um tempo em que as pessoas costumavam pintar as coisas que podiam ser vistas na Terra, as coisas para onde gostavam de olhar e que gostariam de ter visto. Agora, tornamos aparente a realidade das coisas visíveis e, ao fazê-lo, expressamos a crença de que, em relação ao mundo como um todo, a parte visível é apenas um exemplo isolado e que outras verdades se encontram latentes na maioria das coisas.”
Paul Klee

A capacidade de admirar para além do que se nos apresenta como real faz-me questionar sobre as dimensões que nos rodeiam. É claro, é evidente, é visível... por si só estes factos bastam, dirá uma maioria... e no entanto amamos sem atingir o porquê e continuamente olhamos e olhamos e olhamos sem nos encontramos de verdade com o que está para lá do visível. Porventura sem sequer nos questionarmos. Porventura sem permitirmos uma brecha. Porventura assumindo uma certeza ausente de uma experiência que foi negada. Mas o mundo é felizmente um mundo a cores, com tantas como as incertezas que carregamos... e sentir isso na pele... vibrar quando somos arrebatados por um olhar que trespassa a finitude do corpo... é tudo!


... Há quem veja de olhos fechados... O senhor Nobre estava ali sentado num profundo silêncio, com o olhar virado para dentro e uma expressão ausente de considerações. Discreto, como o tempo que passa sem aviso. Os olhos cerrados davam a entender uma conversa interior. Estava ali, e aquele ali devia trazer consigo um sabor quente e tranquilo.

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