sexta-feira, 15 de maio de 2009

Viver no "Texas"

Muitas e muitas vezes perguntam-me como me sinto por viver numa terra que tem árvores em vez de prédios, que tem mar em vez de gente, que tem espaço em vez de trânsito... e que tem silêncio como música, gente simples como obreiros e a mera ambição de existir... sem mais.

Umas outras tantas vezes interrogam-me sobre as principais diferenças. Há muitas, mas a que me assalta aqui, de repente, é o número de dias que podemos admirar um pôr de Sol ao longo do ano. Porventura não há imagem mais banal, de tão habituados estarem os nossos olhos, de tão acostumados estarmos a esvaziar o que nos é dado e tomamos como adquirido, e no entanto jamais deixará de ser bela.

Viver no "Texas", para alguém que vira as costas ao flirt da cidade, é um processo de aprendisagem. Não se esvazia nas palavras. Ter o privilégio de poder optar, como eu tive, ensina-nos que cada espaço tem um sentir próprio, uma medida, uma razão que o conduz... não há mal nem bem... há sobretudo a cor do nosso olhar sobre aquela vida, sobre a nossa vida, e as razões que queremos ter para ali viver.

2 comentários:

  1. A verdade é que geralmente é preciso distância para se dar valor a essa vivência de cowboy... ou seja, é preciso ir da cidade ou ir para a cidade para se perceber como pode ser pacifico e revigorante viver no Texas.
    Tu vieste da cidade, eu vim para a cidade e foi esse movimento no espaço que me fez dar valor ao que tinha sido adquirido de forma inata. Sempre ali tinha vivido, tinha era vontade de me vir embora.
    Neste momento sinto um prazer imenso em voltar e, com a chegada da criança, até de voltar e ficar! Por ora são apenas utopias :)

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  2. este post me fez lembrar o post do FB com o texto "guardador de rebanhos" do Alberto Caeiro :P

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